O Passado - Interface AMR, CNR, ACR e HDMR
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  • Leonardo Ritter

O Passado - Interface AMR, CNR, ACR e HDMR

Atualizado: 21 de jul. de 2023

Diferente de uma placa de rede Ethernet ou Wi-Fi, que trabalha com sinais digitais, as placas de som e de modem utilizam saídas analógicas, portanto além dos componentes digitais, são necessários alguns componentes analógicos para a conversão de sinal digital para analógico ou vice-versa.

Para deixar mais claro esse "negócio", você já deve saber que uma caixa de som transforma sinais elétricos analógicos em sinais sonoros, só que um arquivo de áudio deve estar em formato digital para ser processado dentro de uma máquina que faz cálculos, isto é, um computador. Por isso que, ao reproduzir áudio, um computador deve ser dotado de um conversor Digital / Analógico. Isso também ocorre para a gravação de áudio, sendo necessário um conversor Analógico / Digital.


Do chipset Intel i810 pra cá, quase todos incluem interface de rede e de áudio onboard, sendo que muitos chipsets antigos incluem um "Soft Modem" integrado. Entre os anos de 2002 e 2006 houve uma invasão de placas com interfaces de comunicação AMR (Audio Modem Riser), CNR (Communications and Networking Riser) e ACR (Advanced Communications Riser). Eles eram destinados a conexão de placas com componentes analógicos do modem ou da placa de som onboard.

Estas interfaces de comunicação muito simples, dedicadas apenas a integração de circuitos analógicos a placa-mãe surgiu da ideia que se torna bem mais simples separar os circuitos analógicos, facilitando a reutilização de uma placa de modem ou de som em várias placas mãe de baixo custo e também evitando possíveis interferências eletromagnéticas entre a parte analógica e a digital. Só que, infelizmente, esta ideia perdeu espaço para o pensamento de sempre: integrar todos os componentes diretamente na placa e assim poupar espaço.


Atualmente, 99,99% das placas-mãe e também notebooks lançados integram componentes analógicos e digitais, incluindo também saídas analógicas no painel traseiro (caso seja um desktop) ou nas laterais da carcaça (caso seja um notebook).


Neste artigo vamos dissertar sobre estas interfaces de comunicação que não foram muito populares no mercado.

Antes de seguir o texto adiante, você precisa ter noção do que são HSPs e qual a relação deles com o AMR, o ACR e o CNR.


As três interfaces detalhadas neste artigo foram feitas pra suportar dispositivos HSP (Host Signal Processing - Processamento de Sinal Hospedeiro). Basicamente, dispositivos HSP são modems e placas de som. Todos os dispositivos HSP são ligados ao seus respectivos controladores na placa-mãe, sendo estes controlados pelo processador do microcomputador em questão, portanto adquirir um dispositivo HSP não te custará muitas moedinhas, já que são circuitos relativamente simples de serem construídos. Vale ressaltar que estes dispositivos também são chamados de "Soft Modems" ou "Win Modems".

Nunca haverá uma placa-mãe com as três interfaces, pois não seria viável economicamente e nem faria sentido colocar tantas interfaces para estes fins na PCB, até porque há várias outras mais importantes.

Cada um destes três slots, isto é, o AMR, CNR e ACR, tem seu posicionamento na placa-mãe, para que fique fácil de identifica-lo. Observe as imagens abaixo:

Localização do AMR

Imagem 1 - O slot AMR é posicionado próximo ao slot AGP da placa-mãe.


Localização do CNR

Imagem 2 - O slot CNR é posicionado abaixo dos slots PCI:


Tanto o slot CNR quanto o slot AMR possuem cor marrom, e a única forma de não confundi-los é observando seu posicionamento na placa. Apesar de serem parecidos, uma placa para slot AMR não irá encaixar no slot CNR e vice-versa.


O slot ACR é idêntico ao velho slot PCI. Possui a mesma cor (existem alguns raros casos onde há um tom de azul ou marrom na carcaça do slot), a mesma quantidade de pinos, porém, é posicionado de outra forma na placa-mãe, como é possível ver abaixo:

Slot ACR

Imagem 3 - O slot ACR é posicionado abaixo do último slot PCI da placa-mãe, ou seja, quase na mesma posição do slot CNR.


Para mais detalhes sobre o conector ACR, veja o Diagrama 3.


Este slot foi projetado pelo ACR Special Interest Group em 2000 como um sucessor do slot AMR, ocupando também o espaço físico do slot ISA na PCB, que no final de sua vida era implementado logo abaixo do último slot PCI.

 

Agora, alguns detalhes técnicos sobre tais interfaces...


CNR e AMR


As placas CNR e AMR são encontradas principalmente em placas-mãe da PC Chips, ECS e da Phitronics, apesar das interfaces AMR e CNR terem sido desenvolvida pela Intel Corporation. A PC Chips é subsidiária da ECS e a Phitronics produz modelos muito semelhantes aos da PC Chips no Brasil. Atualmente é raro encontrar placas-mãe de ambas as marcas no mercado. Embora menos comuns, slots CNR e AMR podem ser encontrados em placas de outras fabricantes que forneçam modem integrado, como é o caso de algumas placas da AsRock.

Veja abaixo a imagem de uma placa de Modem AMR:

Placa AMR

Imagem 4 - Placa de modem com interface AMR


Para notebooks, considerados dispositivos móveis, portáteis e compactos, foi criada a "Mobile Daughter Card", também conhecida como MDC ou CDC (Communications Daughter Card), e é uma versão do slot AMR especialmente para notebooks. Foi projetada para conectar placas de rede (EDC), modem (MDC) ou Bluetooth (BDC).

Modems para slot CNR são dispositivos relativamente simples, contando apenas com um relé, alguns varistores e os dois pequenos chips, o HSP e o DAA, que fazem a interface com a linha telefônica, já que o controlador principal deste circuito é integrado ao chipset. Você pode ver a imagem de um modem CNR abaixo:

Placa compatível com CNR

Imagem 5 - Placa de modem com interface CNR


Placas de áudio podem ser encontradas tanto com interface AMR quanto com CNR. Quase sempre elas são usadas em placas-mãe que oferecem áudio de seis canais e/ou saídas digitais, pois é relativamente complexo integrar todos os conectores e os demais componentes necessários na própria placa-mãe.

Placa de áudio compatível com CNR

Imagem 6 - Placa de áudio com interface CNR


Estas placas costumam ser um pouco mais complexas, pois possuem um Codec (Codificador / Decodificador), amplificador de áudio e filtros formados por capacitores, indutores e resistores. Devido à similaridade do encaixe, podem ser confundidas com placas PCI Express.

Placas AMR e CNR são atreladas a placa-mãe, pois são apenas o complemento, o circuito analógico que completa o circuito digital da MoBo. Não espere que o modem ou a placa de som CNR fornecida junto de uma placa-mãe funcione em outra. Coincidências podem acontecer, mas é raro.


A interface CNR supera o desempenho da interface AMR, pois o ACR já suporta Plug And Play e não só dispositivos controlados via software, mas também dispositivos acelerados por hardware (ASIC dedicado). A interface CNR também suporta ser utilizada em placas de rede Ethernet.

A interface AMR não suporta a tecnologia Plug And Play e também não pode ser usado para placas aceleradas por hardware, somente por software, o que acaba reduzindo um pouco do desempenho do processador, que deverá dar atenção contínua para o dispositivo.


ACR


O ACR é um padrão aberto (não precisa pagar royalties para implementa-lo), criado por meio de uma associação de desenvolvedoras de Hardware formada no ano 2000 que incluía a AMD, Lucent, Motorola, 3Com, Nvidia, Texas Instruments VIA e outros, e que era denominada "Advanced Communications Riser Special Interest Group", abreviado pela sigla ACR SIG.


O ACR era substituto do AMR e concorrente direto do CNR. O ACR tinha a vantagem de permitir a utilização de outros dispositivos além de placas de som e modems controlados via software, como placas de rede, modems ADSL ou ISDN, placas de som e modems controlados via hardware, etc.


CURIOSIDADE: Tanto o ACR quanto o CNR surgiram na virada do século, eram concorrentes diretos e o desenvolvimento de ambos foram liderados por empresas rivais até hoje: AMD e Intel, respectivamente.


As características que tornam o ACR superior ao AMR são:

-> Uma EEPROM que armazena informações sobre o modelo, fabricante do periférico, bem como parâmetros de configuração e operação;

-> Uma interface USB;

-> E o Integrated Packet Bus, que dá suporte à Digital Subscriber Line (DSL), cable modem e redes sem fio.


O ACR possui compatibilidade reversa com as placas AMR e por ser tecnicamente superior, rapidamente substituiu o padrão anterior.

Slot ACR e slot's PCI

Imagem 7 - Conector ACR logo abaixo do último slot PCI


CURIOSIDADE: Apesar de dizerem que este padrão de interface pertence a Asus, isto é um informação errônea, pois é possível encontrar placas da Asus, da Chaintech, MSi e LeadTek com slot ACR.


Acesse o PDF abaixo para obter mais alguns detalhes sobre o ACR:

ACR - Informações adicionais
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O ACR foi utilizado por um curto espaço de tempo, entre o final de 2002 e o início de 2003. É muito difícil que você venha a conhecer uma placa-mãe com um slot ACR, pois foi uma tecnologia que teve uma passagem muito curta pelo mercado. Veja uma placa de som ACR na imagem abaixo:

Placa compatível com ACR

Imagem 8 - Placa de áudio com interface ACR


HDMR


O HDMR foi uma interface de comunicação utilizada apenas por placas-mãe da marca AsRock, como por exemplo a placa ALiveNF6G-DVI, que é mostrada na imagem abaixo:

PLaca-mãe AsRock ALiveNF6G-DVI

Imagem 9 - Placa-mãe AsRock Alive NF6G-DVI


Perceba que abaixo do slot PCIe x1 branco há um outro slot de expansão na cor azul muito parecido com o CNR, só que completamente diferente no que se refere a pinagem e encaixe da placa de expansão que ali deve ser conectada.

Diferente do CNR, a interface HDMR servia apenas para a conexão de modems e, em alguns casos, um controlador de interface DVI que permitia a conexão de um segundo monitor no vídeo onboard da placa-mãe. Veja o slot na imagem abaixo:

Slot HDMR

Imagem 10 - Slot HDMR


Talvez o HDMR seja, entre todas as interfaces descritas nesta publicação, a que teve a vida mais curta e que 'meia dúzia' de pessoas conhece.

Neste tópico será detalhado o funcionamento das interfaces através da pinagem dos slots.


Abaixo, a pinagem do slot CNR:

Tabela 1 - Pinagem do slot CNR tipo A


Existiu também o slot CNR tipo B, que implementava uma conexão Media Independent Interface (MII), padrão usado para interconectar um controlador de rede Ethernet a um dispositivo PHY. A MII pode conectar-se a um transceptor externo através de um conector (como é o caso do CNR tipo B) ou simplesmente conectar dois chips no mesmo circuito impresso (utilização mais comum, já que as placas-mãe implementam um PHY). Veja a próxima tabela:

Tabela 2 - Pinagem do slot CNR tipo B


Agora, a pinagem do conector ACR:

Tabela 3 - Pinagem do conector ACR (aquele do slot PCI invertido)


Perceba na Tabela 3 que a velha interface AMR permanece ali. Por isso, não vou colocar uma tabela dedicada com a pinagem do slot AMR.


O slot ACR engloba, além do velho AMR:

-> Uma interface MII (Media Independent Interface);

-> Uma GPSI (General Purpose Signal Interface), que também pode operar como uma MII secundária;

-> Uma IPB (Integrated Packet Bus) Data Link Specification (DSL).

-> os três asteriscos nas últimas linhas da tabela indicam pinos que não são utilizados, porém, havia uma implementação wireless que os ocupava, no entanto, nunca vi nenhuma placa ACR com tal tecnologia no mercado.


OBSERVAÇÃO: Não confundir com o sistema Digital Subscriber Line (DSL) para transmissão de dados via linha telefônica (que pode ser implementado numa placa ACR) com o Data Link Specification (também abreviado DSL) que faz parte do protocolo do IPB da interface ACR.


Abaixo, um diagrama que exemplifica as implementações possíveis do slot ACR:

Diagrama 1 - Aplicações possíveis para um slot ACR


Por último, a pinagem do AMR em sua versão Mobile Daughter Card (MDC):

Tabela 4 - Versão para notebooks do slot AMR


Na sequência, a descrição dos pinos.


Alimentação elétrica / Polos negativos


+5 Volts: Também chamado de +5VD. Alimentação elétrica principal positiva de 5 volts;


+3,3 Volts: Também chamada de 3,3VD. Alimentação elétrica principal positiva de 3,3 Volts;


+3,3 Volts / 3,3 Volts Stand By: Também chamado de 3,3Vdual. Alimentação elétrica positiva de 3,3 Volts fornece capacidade nominal total durante o funcionamento normal e uma capacidade de energia limitada durante Stand By. Quando +3,3Vdual não estiver disponível, este pino deve ser conectado a uma fonte de alimentação de +3,3V Stand By, não devendo ser conectado a uma alimentação +3,3V principal para que não perca tal função.


+5 Volts / 5 Volts Stand By: Também chamado de 5Vdual. Alimentação elétrica positiva de 5 Volts fornece capacidade nominal total durante o funcionamento normal e uma capacidade de energia limitada durante Stand By. Quando +5Vdual não estiver disponível, este pino deve ser conectado a uma fonte de alimentação de +5V Stand By, não devendo ser conectado a uma alimentação +5V principal para que não perca tal função. Este também é utilizado para alimentar o controlador USB.


+12 Volts: Alimentação elétrica principal positiva de 12 Volts;


-12 Volts: Alimentação elétrica principal negativa de 12 Volts;


GND: Também chamado de "Ground", é o polo negativo, havendo vários em cada slot para suprir a demanda de corrente elétrica.


CURIOSIDADE: Para saber mais sobre o formato ATX de placas-mãe, juntamente de seus conectores e sinais elétricos, CLIQUE AQUI!


Reservado: Pinos não utilizados, deixados para atualizações futuras do projeto (que podem nunca ocorrer).


Interface USB


USB_OC#: Indica excesso de corrente elétrica na conexão USB. Como a alimentação de +5 Volts é compartilhada com os demais circuitos da placa de expansão, o controlador USB embutido pode 'reclamar' de sobrecarga de alimentação elétrica;


USB+ / USB-: Par diferencial de dados utilizado no padrão USB. Lemrando que esta comunicação é bi-direcional. Para saber mais sobre pares diferenciais, CLIQUE AQUI!

Interface AC'97


Sincronismo da interface AC'97: Pulso de sincronização de um controlador AC'97 para todos os chips compatíveis conectados. Este sinal é nominalmente um pulso largo de 1,3 µS para sincronizar o link;


Bit Clock AC'97: Clock de dados do chip codec definido como primário para o controlador AC'97 da placa-mãe e quaisquer codecs não primários. A frequência nominal deste sinal é 12,288 MHz;


Master Clock AC'97: Clock de dados do controlador AC'97 da placa-mãe para os chips codec conectados;


Reset de interface AC'97: Sinal de reinicialização do link AC'97;


Primary_DN#: Indica se o controlador da placa-mãe ou o chip codec está no controle. Quando em nível LOW este sinal indica que o codec primário na placa-mãe está ativo e controlando a Interface AC'97.

Além disso, uma placa no slot CNR, AMR ou ACR irá, quando Primary_DN# estiver baixo, rebaixar seu chip codec para o próximo endereço disponível e para o próximo sinal SDATA_IN disponível. Quando em um nível lógico HIGH, este sinal indica que o chip codec da placa CNR, AMR ou ACR está assumindo o controle da Interface AC'97. Além disso, a placa-mãe irá, quando Primary_DN# estiver alto, desabilitar o seu chip codec on board.


Entrada serial de dados AC'97: Também chamado de SDATA_IN. Dados seriais sendo enviados de um chip codec compatível (primário ou secundário) para um controlador compatível com AC'97;


Saída serial de dados AC'97: Dados seriais sendo enviados de um controlador AC'97 para todos os chips codecs no link;


PC_BEEP: Saída de sinal analógico, tem a ver com os beeps dados após o POST ao ligar o computador. Para saber mais sobre isto, CLIQUE AQUI!

Também pode ser chamado este pino de MONO_OUT.


MONO_PHONE: Entrada de sinal analógico, as vezes definida como "MONO_IN", seria a entrada de viva voz;


Audio_Mute: Linha de comando para 'mutar' o áudio;


Audio PWRDN: Linha de comando para executar o áudio no chip codec definido como primário;


S/P-DIF: Entrada de interface S/P-DIF, acrônimo para "Sony/Philips Digital Interface Format", interface de transmissão de sinais digitais de áudio entre aparelhos e componentes estéreos;


CD_Right / CD_Left / CD_GND: Linhas utilizadas para ligar o drive de mídias ópticas do notebook diretamente ao codec da placa MDC para tocar CDs de áudio. Também se faz presente nas placas-mãe de desktop antigas, só que ligando o codec onboard diretamente ao drive com um cabo encaixado num conector de 4 pinos (denominado "CD" na serigrafia da placa), como mostra a imagem abaixo:

Imagem 11 - Observe o conector preto de quatro pinos. Ele está próximo do chip codec ALC650


Ficou em desuso, pois a maioria dos programas é capaz de reproduzir CDs obtendo as faixas digitalmente, a partir do próprio cabo de dados do drive (SATA ou PATA).


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Interface GPSI / MII


Linha do Receiver (RXD): Linhas de dados entre o controlador onboard e o PHY de rede;


Linha de Transceiver (TXD): Linhas de dados entre o PHY de rede e o controlador onboard;


Clock do Transceiver (TX_CLK): Sinal de sincronismo para transmissão de dados;


Clock do Receiver (RX_CLK): Sinal de sincronismo para transmissão de dados;


Transmissão ativada (TX_Enable): Marca a transmissão de um frame de dados;


Dados recebidos válidos (RX_DV): Indica ao transmissor que o pacote de dados está correto, isto é, não está corrompido;


Erro de recebimento (RX_ERR): Indica ao transmissor que o pacote de dados recebidos possui inconsistência;


Erro de envio (TX_ERR): Indica que houve um erro de envio para que o receptor continue na espera por uma nova tentativa de transmissão;


Colisão de Dados (COL): Indica ao controlador da placa-mãe uma colisão de dados quando em modo Half Duplex;


Sensoriamento da portadora (CRS): Quando um host quer transmitir, ele primeiro "ouve" o canal (sensoriamento da portadora) para saber se existe transmissão de dados corrente. Existindo transmissão, aguardará um determinado tempo. Se não existir transmissão, então, ele decidirá pela transmissão ou não;


I/O do Gerenciamento de Dados (MDIO) / Clock do Gerenciamento de Dados (MDC): Uma linha de comunicação bi-direcional e uma linha de sinal de sincronismo, respectivamente, entre controlador da placa-mãe e o PHY para gerenciamento de fluxo de informações pelas linhas TXD e RXD;


Integrated Packet Bus (IPB-DSL)


Clock do Transceiver (DSL_TDCLK): Sinal de sincronismo do transceiver;


Clock do Receiver (DSL_RDCLK): Sinal de sincronismo do dispositivo do receiver;


Frame de dados do Transceiver (TD_FRAME): Marca o período de transmissão de um pacote de dados entre Transceiver e Receiver;


Frame de dados do Receiver (RD_Frame): Marca o período de transmissão de um pacote de dados entre Receiver e Transceiver;


Entrada de dados DSL (DSL_IN): Linhas de transmissão de dados;


Saída de dados DSL (DSL_OUT): Linhas de transmissão de dados;


Saída de Clock - Controle (VCXO_CTL): Sinal de clock de controle;


Reset de DSL: Reiniciar controlador IPB;


OBSERVAÇÃO: É uma interface muito pouco utilizada (tanto quanto a HDMR), não havendo muitas informações detalhadas sobre.


Interface SMBus


O Slot CNR implementa um barramento SMBus, com suas linhas padronizadas (SDA e SCL), porém, neste caso há também três linhas de endereço relacionadas ao SMBus (SMB_A0, A1 e A2), o que significa uma implementação modificada, específica para o CNR. Observe o diagrama de blocos com as funções e interfaces do chipset Intel 845G:

Diagrama 2 - Observe a linha SMBus interligando vários sistemas


As placas de internet via conexão discada (os famosos modens e fax modens), como na Imagem 5, utilizam apenas o link AC'97 e o barramento SMBus e suas linhas de endereço para transmitir os dados para o controlador da placa-mãe.


CURIOSIDADE: Para saber mais sobre o funcionamento e outras aplicações da interface SMBus, CLIQUE AQUI!


Interface LAN (apenas no CNR tipo A)


Linha do Receiver (LAN_RXD): Linhas para transmissão de dados entre Receiver e Transceiver;


Linha do Transceiver (LAN_TXD): Linhas para transmissão de dados entre Transceiver e Receiver;


Reset e Sincronismo (LAN_RSTSYNC): Linha para resetar o controlador e ocorrer sincronização entre emissor e receptor de dados;


Clock (LAN_CLK): Sinal de sincronismo entre emissor e receptor de dados.


Perceba que no Diagrama 2 uma das entradas do "CNR Connector*" é a "CSMA/CD Unit Interface", indicando uma implementação do slot tipo B, ou seja, com a MII.


EEPROM (apenas CNR e ACR)


Sendo o CNR e o ACR slots de expansão para placas Plug&Play, elas já vinham como uma memória EEPROM onde estavam inseridas informações do equipamento e parâmetros de configuração e operação. Assim eram reconhecidas pelo hardware principal e, pra que nós usássemos, apenas o driver (software criado pela fabricante do equipamento) se fazia necessário para haver uma 'ligação' com o Sistema Operacional (O Windows, por exemplo).


-> Nos conectores ACR existem apenas uma linha de clock e outra de dados para ligar o pequeno chip de memória na placa-mãe. Uma interface SMBus poderia ser conectada ali.

-> Já os conectores CNR possuem quatro linhas de comunicação, sendo duas para entrada / saída de dados, uma linha para clock e outra para ativar ou conectar / desconectar a comunicação com o chip, isto é, uma espécie de "chip select", o que nos leva a cogitar a possibilidade de uso de uma interface SPI (apesar de já haver um link SMBus dedicado, que foi descrito anteriormente).


CURIOSIDADE: Para saber mais sobre a interface SPI, CLIQUE AQUI!

Alguns detalhes que complementam tudo o que foi dito...


A maravilhosa era da conexão discada!


Lembre-se que nesta preciosa época da conexão discada, o sinal transmitido pela rede telefônica era analógico e convertido para digital quando chegava na plaquinha de modem, que posteriormente enviava os dados para o controlador da placa-mãe pela mesma interface AC'97 utilizada pelo codec de áudio onboard. Desta forma, haviam dois dispositivos AC'97 ligados ao controlador, necessitando enumera-los, ou melhor dizendo, endereça-los. Como o sistema é muito simples, faz-se o uso do Primary_DN#, descrito anteriormente.

Reveja o Diagrama 2 e note que há apenas um link AC'97 para o codec de áudio onboard e o slot CNR, ambos ligados ao controlador embutido no chipset Intel 845G.

 

A confusão do conector invertido


Anteriormente foi dito que a ACR SIG aproveitou o slot PCI para implementar a interface ACR, deslocando-o alguns milímetros mais para a esquerda na PCB, pois assim não há a possibilidade de confundir e montar a placa errada. Em suma, só deixar devidamente explícito que eram interfaces diferentes não bastava, havia a necessidade do uso da velha técnica anti-burro.

Observe o diagrama abaixo:

Diagrama 3 - Algumas especificações iguais e algumas diferenças entre o conector PCI e o ACR


Mas como os slots são iguais se um possui 120 pinos e outro 124?

Não se engane, apenas a forma com que contam-se os pinos é que alterou-se:

-> Os pinos "B12" e "B13", bem como os pinos "A12" e "A13" do famigerado PCI são contabilizados, sendo todos ligados ao GND do circuito, no caso do PCI para placas que operam com 5 Volts.

-> Os pinos "A50" e "A51", "B50" e "B51" também são contabilizados, sendo que na versão para placas que operam com 3,3 Volts os quatro são ligados ao GND.


Sendo assim, tanto a versão do slot PCI para placas que trabalham com 5 Volts tanto a versão para 3,3 Volts possuem 62 pinos em cada linha, totalizando 124.


-> No slot ACR há uma chave que ocupa aqueles que seriam numerados "B12" e "B13", "A12" e "A13" (assim como ocorre no PCI para placas de 3,3 Volts), só que, diferente do PCI, a contagem dos pinos é deslocada em duas posições, havendo assim 60 pinos em cada linha e 120 no total.


Para saber mais sobre o barramento PCI, CLIQUE AQUI!

 

E a composição química da carcaça e dos terminais?


Veja que no Diagrama 3 foi especificado um dos materiais utilizados na confecção do slot. Tais materiais valem para a composição da maioria dos slots de expansão utilizado atualmente em placas-mãe.


Slots de expansão possuem terminais feitos a base de ligas de Cobre com algum tipo de galvanização:

-> Bronze fosforado com dupla galvanização a frio (Estanho sobre Níquel);

-> Bronze fosforado com dupla galvanização a frio (Ouro sobre Níquel);

-> Bronze fosforado galvanizado a frio com Estanho ou Ouro;

-> Cobre galvanizado a frio com Estanho ou com Ouro (como é o caso dos pinos de processadores).


E a carcaça é feita de polímero termoplástico com excelente característica de isolamento elétrico, sendo o LCP (Liquid Crystal Polymer) amplamente utilizado nas últimas décadas. A PPA (Poliftalamida) - muitas vezes reforçada com até 30% de lã de vidro (GF) - também pode ser empregada na fabricação destes slots.


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Para saber mais sobre as ligas não-ferrosas com base no Cobre, CLIQUE AQUI!

 

Nem tudo são flores...


E sobre o HDMR, nada foi achado quanto suas especificações técnicas. Fica aqui o pedido: quem souber de mais detalhes e quiser repassar para o HC atualizar este texto, nós ficamos profundamente agradecidos. O mesmo ocorre com a interface IPB do slot ACR!

E este foi mais um texto da série "O passado"!


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FONTES e CRÉDITOS

Imagens: Leonardo Ritter; Google Imagens.

Texto e Tabelas: Leonardo Ritter.

Diagramas: Intel Corporation; ACR SIG.

Fontes: Pinouts.ru; Clube do Hardware, Intel Corporation; Guia Do hardware; Wikipedia (Somente artigos com fontes verificadas!).


Última atualização: 20 de Julho de 2023.

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