Óptica: LED
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  • Leonardo Ritter

Óptica: LED

Atualizado: 28 de mar. de 2023

Este artigo é dedicado ao Diodo Emissor de Luz, mais conhecido como LED (Light Emmiting Diode). Assim como foi explicado o funcionamento da lâmpada incandescente e da lâmpada fluorescente, vai ser explicado o funcionamento deste componente tão famoso no mundo da eletrônica!

O LED

Imagem 1 - Um LED em pleno funcionamento


OBSERVAÇÃO: Neste texto serão mencionadas várias coisas, como por exemplo Gap direto e indireto, Banda de Valência e Banda de Condução, enfim, conceitos fundamentais para a compreensão do funcionamento dos LEDs. Portanto, para entender melhor o funcionamento destes componentes, aconselho a ler o artigo do HC sobre semicondutores. Para acessar este artigo, CLIQUE AQUI!

Compreendendo o artigo sobre semicondutores, recomendo que leia o artigo que detalha o funcionamento dos diodos. Para acessar esta publicação, CLIQUE AQUI! Após isso, este texto sobre LEDs se tornará apenas um 'complemento' de conteúdo!


Outra coisa que é importante saber é sobre a óptica. O HC possui 2 artigos detalhando este assunto:

O estudo dos LEDs começou à muito tempo atrás. O primeiro LED, criado por Nick Holonyac no ano de 1963 emitia luz infravermelha e era feito de Arseneto de Gálio e Arseneto de Gálio com Indio (GaAsP e GaAsI, respectivamente). A partir daí os estudos se voltaram a criar um material que emitisse radiação eletromagnética no espectro visível do olho Humano.

Após a possibilidade de produzir o LED criado por Nick em escala industrial, nos anos 1970 vieram mais estudos em cima desta tecnologia, e que possibilitaram a criação de LEDs de outras cores.

Como você já deve ter notado, o LED é feito de semicondutor, assim como o diodo e o transistor, só que diferente de seus "irmãos" ele não utiliza o elemento químico Silício ou o Germânio como base para sua construção, mas sim outros elementos semicondutores com propriedades melhores, sendo uma dessas propriedades o Gap direto.


Para saber mais sobre a Teoria das Bandas e sobre o Gap direto e indireto, aconselho a leitura do artigo "Cap. 1.0. Eletricidade - Condutores e Isolantes".


CURIOSIDADE: Na eletrônica, o LED assume um símbolo semelhante ao do diodo. Veja seu símbolo na imagem abaixo:

Símbolo do LED

Imagem 2 - Símbolo do Diodo Emissor de Luz

Veja abaixo, o diagrama de um LED comum. Na sequência, a explicação de cada parte.

Diagrama de um LED

Diagrama 1 - A estrutura do LED


OBSERVAÇÃO: O "Pós" pode ser chamado de "plaqueta", que em conjunto com a "bigorna" formam o quadro de condução.


OBSERVAÇÃO: A "Lente de Epóxi" é feita de Poliepóxido, um tipo de plástico termofixo. Para saber mais sobre polímeros, CLIQUE AQUI!

Dentro da cápsula do LED, há uma base denominada "pós" e outra base denominada "bigorna", que formam um quadro de condução. Normalmente, o "pós" é o terminal do ânodo e a "bigorna" é terminal do cátodo.

Na "bigorna" há uma espécie de copo, isto é, uma cavidade refletiva onde o chip semicondutor é depositado dentro. Esta base é maior do que a outra justamente por causa desta cavidade, já que ela deve dar suporte a toda a estrutura do LED.

A base denominada "pós" é menor, pois sua única utilidade é suportar um minúsculo fio que encosta no polo positivo (lado P) do chip semicondutor, interligando o ânodo e o cátodo.

Na parte de cima da cápsula do LED, há uma lente que espalha a luz produzida pelo chip e que é refletida para cima através da cavidade refletora.

É válido lembrar que o encapsulamento do LED não interfere em nada na cor emitida pelo semicondutor. Alguns LEDs utilizam uma cápsula plástica transparente, outros utilizam uma cápsula esverdeada (como o do diagrama acima), vermelha, rosa, azul, violeta, amarela, mas quem gera a cor do LED é o chip semicondutor.

Nos LEDs RGB (Red, Green, Blue - Vermelho, Verde, Azul) há três chips semicondutores, um para cada cor. Nos RGB também há 4 terminais, sendo que eles podem ter o cátodo ou o ânodo comum. Entenda melhor através imagem abaixo:

LED RGB

Imagem 3 - LED RGB

LED RGB por dentro

Imagem 4 - LED RGB


CURIOSIDADE: Os LEDs RGB também podem ser feitos de Semicondutores Orgânicos. É o que ocorre em cada pixel de um display OLED, que possui um OLED de cor verde, um de cor vermelha e um de cor azul.


CURIOSIDADE: Os primeiros LEDs tinham um fluxo luminoso muito pequeno, mas durante sua evolução, a eficiência aumentou muito, fazendo com que atualmente existam emissores de luz com fluxo luminoso relativamente alto e que necessitam de uma corrente elétrica na casa de algumas dezenas de mA (miliAmperes), diferente de lâmpadas incandescentes, que necessitam de muita energia e desperdiçam boa parte dela em forma de calor.

Para saber mais sobre eficiência de lâmpadas, fluxo luminoso, temperatura de cor, IRC e intensidade luminosa CLIQUE AQUI!

O fenômeno de emissão de luz através de um semicondutor, chamado de eletroluminescência, foi observado no Silício e no Germânio, no entanto, como foi dito acima, não é comum o uso destes materiais para produzir LEDs, isto pois a radiação eletromagnética emitida por eles é muito baixa, quase insignificante. Isto se deve ao fato de terem Gap indireto, liberando energia em forma de luz (fóton) e calor (fônon) ao serem excitados (nada eficiente).

Com a combinação de outros elementos químicos para formar semicondutores de Gap direto - maior eficiência na emissão de luz visível - conseguiram criar várias cores diferentes e bem mais intensas.

Neste artigo será explicado sobre Semicondutores Orgânicos e Inorgânicos, começando pelos mais comuns:


LEDs de Semicondutores Inorgânicos


Abaixo, você vê a lista com as principais composições químicas Semicondutoras Inorgânicas (SI) que permitiram a criação de LEDs de várias cores:

Tabela de LED's

Tabela 1 - Principais semicondutores utilizados em LED's


Além destas, existem LEDs violeta, rosa e de várias outras cores. Na tabela acima mostramos os principais materiais utilizados e a tensão necessária para o funcionamento, porém este valor de tensão pode ter pequenas variações de marca para marca, o comprimento de onda também pode ter variações, e como a tecnologia está em constante progresso, provavelmente no momento em que você estiver lendo o artigo, novos materiais tenham sido criados...


Os semicondutores utilizados nos LEDs geralmente emitem fótons com energia próxima e ligeiramente maior do que o Gap entre BV e BC. Sendo assim, à medida que a energia (medida em elétronVolt) da banda proibida aumenta, a cor do LED ou do LASER muda de infravermelho para vermelho, do arco-íris para violeta e depois para UV.


Abaixo, você vê a lista de semicondutores com sua respectiva sigla:

Materiais mais utilizados

Tabela 2 - Siglas


OBSERVAÇÃO: Não incluímos nas tabelas acima os materiais utilizados nos LEDs infravermelho e ultravioleta, porém, por exemplo para LEDs Infra o Arseneto de Gálio pode ser utilizado e para os Ultra o Nitreto de Alumínio é viável.


CURIOSIDADE: Perceba na Tabela 1 que o LED branco e o verde podem ser feitos do mesmo composto químico utilizado no LED que emite luz azul, isto é, o InGaN. Isto ocorre pois, eles são de fato LEDs azuis com um filtro de cor à base de Fósforo.

-> Para gerar a luz verde, uma película de Fósforo com corante verde é montada por cima do semicondutor;

-> Para gerar a luz branca, uma película de Fósforo com corante amarelo é montada por cima do semicondutor.

Veja o diagrama a seguir:

Diagrama 2 - LED Azul formando luz branca


Esta camada de Fósforo é formada sob a parte interna do encapsulamento do componente, sendo geralmente feito em ligas poliméricas, como por exemplo o Poliepóxido, citado anteriormente. O problema está justamente aí, na baixa condutividade térmica que materiais deste tipo possuem, ocasionando a deterioração desta estrutura ao longo do tempo por causa do calor. Isso faz com que o LED branco perca seu brilho.

Uma forma de minimizar essa degradação em Diodos LASER e LEDs brancos é utilizar uma estrutura de vidro ou cerâmica com o Fósforo depositado. É exatamente isso que fazem nos projetores DLP, 3LCD e LCoS que possuem LASERs ou LEDs como fonte de luz pra geração de imagem. Para saber mais sobre estas Placas de Fósforo não poliméricas, bem como aprender mais sobre o funcionamento de projetores, CLIQUE AQUI!


CURIOSIDADE: Uma segunda forma de se criar LEDs que emitam luz branca é por mistura adicional de cores. Em resumo, é a combinação de vermelho, verde e azul (RGB), que já foi explicado anteriormente neste artigo.


Se você leu o artigo sobre semicondutores aqui no Hardware Central, fica mais fácil de entender o funcionamento do chip semicondutor do LED.

Dois pedaços de material semicondutor, um do tipo P (Positivo) e outro do tipo N (Negativo) são "grudados" um no outro, como mostra a imagem abaixo:

Diagrama genérico de um diodo

Diagrama 3 - Estrutura semicondutora de um LED


O ponto de contato entre o material N e o P é chamado de junção ou "zona de depleção", e nesta área forma-se uma barreira de potencial. É próximo dessa área que os elétrons livres do polo negativo e as lacunas do polo positivo tendem a se atrair, fazendo com que os elétrons livres do polo negativo preencham os espaços livres do polo positivo, e assim haja um equilíbrio.

Para quebrar esta barreira, uma determinada tensão deve ser aplicada, forçando a circulação de elétrons entre o material N e o P. Esta tensão é chamada de "tensão de ruptura". Esta tensão mínima também está relacionada com a força necessária para tirar elétrons da Banda de Valência e pô-los para circular na Banda de Condução.

De forma resumida, a energia eletrostática que os portadores de carga (elétrons-lacunas) perdem na recombinação na região da zona de depleção é transformada em luz.

No local da junção, uma mínima quantidade de radiação térmica é emitida (por mais "perfeito" que seja o LED, ele também produz calor!), juntamente com radiação eletromagnética no espectro visível, devido a agitação de átomos e as recombinações elétron-lacuna quando o chip semicondutor é energizado. É por este motivo que o LED não suporta uma tensão reversa muito alta, isto é, ao ultrapassar a tensão de ruptura da junção P e N, o semicondutor é danificado permanentemente.

A corrente aplicada também deve estar dentro do limite suportado pelo LED, pois caso seja aplicado uma corrente mais alta, vai haver uma sobrecarga que também irá danificar o semicondutor permanentemente, desta forma deve haver um resistor limitando a corrente que alimenta o(s) LED(s) do circuito.

Para saber calcular o valor de resistência exato necessário para um LED funcionar, aconselho você a CLICAR AQUI. Este link apresenta um artigo com várias fórmulas matemáticas, incluindo as necessárias para o LED.


Para saber mais sobre salto quântico e agitação dos átomos, aconselho você a ler os artigos sobre a lâmpada fluorescente, a lâmpada incandescente e a UNIDADE 1 sobre eletrônica.

CURIOSIDADE: Os LEDs infravermelho são produzidos até hoje e são utilizados em todos os controles remotos de TV!

A luz infravermelha e ultravioleta não são visíveis pelo olho Humano. Para ver a luz infravermelha podemos utilizar uma câmera qualquer. Veja abaixo o infravermelho de um controle remoto de TV filmado com a câmera de um smartphone:

Infravermelho do controle remoto da TV

GIF 1 - Luz infravermelha captada por uma câmera de celular


Mas por que a câmera do celular capta a luz infravermelha e o olho Humano não?

A câmera do celular possui uma matriz com sensores de imagem, estes sensores podem ser fotodiodos ou fototransistores, e eles são super sensíveis a radiação eletromagnética, captando ondas do espectro visível ao olho Humano e também a parte do espectro que não é visível.

A cada vez que você aperta um botão no controle remoto, uma sequência de piscadas é emitida pelo LED infravermelho. Esta sequência representa o comando do botão que você apertou. Mas como que a câmera capta apenas uma piscada a cada vez que um botão é pressionado?

A matriz de fotodiodos ou fototransistores é muito lenta se comparada com a rapidez que o LED infravermelho emite as piscadas. Câmeras em geral conseguem captar de 30 a 60 imagens por segundo, portanto apenas um feixe de luz vindo do LED é capturado pelo sensor de imagem ao apertar um botão do controle.


Até agora dissertamos sobre os LEDs feitos de Semicondutores Inorgânicos. Mas e os LEDs Orgânicos?


LEDs de Semicondutores Orgânicos


Para entender melhor do assunto, recomendo a leitura do trecho "Orgânicos e Inorgânicos" do artigo "Cap. 4.0. Semicondutor: o que é e como funciona".


Os OLEDs são heterojunções constituídas por diferentes camadas de finos filmes de SO com funções específicas, sobrepostas entre dois eletrodos sobre um substrato (rígido – vidro - ou flexível - plástico).

Imagem 5 - Os dois tipos de OLED's


Os LEDs também podem ser classificados em duas categorias:

→ P-OLEDs: Feitos de ligas poliméricas: Para saber mais sobre polímeros, CLIQUE AQUI! Um exemplo de polímero utilizado na construção de LED's orgânicos é o poli (p-fenilenevinileno), abreviado por PPV;

→ OLEDs ou SM-OLEDs: Feitos de Moléculas pequenas, que são compostos orgânicos de baixo peso molecular quando comparadas aos polímeros, e que em geral são conjugados com ligações simples “σ” ou duplas “π”. Um exemplo é o tris(8-hidróxiquinolinato) de Alumínio dopado com Diclorometano (DCM2:Alq3);


De acordo com as propriedades elétricas das moléculas orgânicas utilizadas, um OLED pode conter desde duas camadas até multicamadas de SO a fim de obter maior eficiência de funcionamento. O Diagrama 3 apresenta a arquitetura tipicamente utilizada para construir um OLED do tipo multicamadas, onde:

→ CTE: Camada transportadora de elétrons;

→ CBE: Camada bloqueadora de elétrons;

→ CE: Camada emissora;

→ CBL: Camada bloqueadora de lacunas;

→ CTL: Camada transportadora de lacunas.


Observe agora o diagrama:

Diagrama 4 - Estrutura de um OLED


As espessuras das camadas dos Semicondutores Orgânicos e dos eletrodos variam, principalmente de acordo com a função eletrônica do material orgânico utilizado com o objetivo de obter maior eficiência.

Nos SOs a magnitude da mobilidade de cargas é da ordem de 10e-5 cm³ /V.s, enquanto os semicondutores convencionais apresentam mobilidade de cargas de até 10³ cm³ /V.s. Além disso, para os SO, a mobilidade das lacunas na CTL é muito maior que a mobilidade dos elétrons na CTE (cerca de 2 ordens de grandeza maior), que faz com que esta camada muitas vezes seja utilizada também como CE.


Com base no estudado até aqui, o funcionamento de um OLED pode ser dividido em quatro processos, que podem ser referidos como “sistema de quatro níveis”:

→ Injeção de cargas;

→ Transporte de cargas;

→ Recombinação de cargas;

→ Emissão de luz.


No entanto, de uma forma simplificada, pode-se compreender a dinâmica de funcionamento de um dispositivo OLED a partir do entendimento da distribuição dos níveis de energia de uma heterojunção (que também pode ser chamada de zona de depleção) sobre a aplicação de um campo elétrico. A figura abaixo mostra uma heterojunção, com três camadas de SOs sobre tensão constante. Com a aplicação do campo elétrico externo, lacunas são formadas através do anodo enquanto elétrons são injetados através do catodo. Em seguida, lacunas se deslocam através do HOMO da CTL e os elétrons se deslocam pelo LUMO da CTE até atingirem a CE.

Na camada CE as lacunas e elétrons se recombinam, formando um estado ligado neutro (quase partícula) conhecido como “éxciton”. E a energia de excitação do éxciton é transferida para os estados moleculares excitados singleto (Éxciton Singleto - ES) e tripleto (Éxciton Tripleto - ET) da molécula da Camada Emissora. A emissão de luz ocorre na faixa do espectro visível devido à relaxação destes estados moleculares excitados. É evidente que a cor de emissão de um dispositivo OLED depende do Gap da molécula da CE.

Imagem 6 - Funcionamento do OLED


De forma resumida, ao ocorrer a recombinação de uma lacuna com um elétron é emitido um fóton de luz, e o que vai definir a cor e, consequentemente, a frequência e comprimento de onda emitida é o Gap entre HOMO (Banda de Condução) e LUMO (Banda de Valência). Obviamente este Gap vai depender também da dopagem que ocorre no Semicondutor Orgânico. Por exemplo, se pegarmos o tris(8-hidróxiquinolinato) de Alumínio dopado com Diclorometano (Alq3:DCM2), a cor emitida será definida pela porcentagem de dopagem do DCM2 sobre o Alq3, que pode variar entre 0,05% e 5% em peso. Por exemplo, para gerar a cor amarela, 0,05% de DCM2 é o suficiente, já para o vermelho é necessário cerca de 2%.


Devido às regras da mecânica quântica, a probabilidade de formação de éxcitons singleto é de 25%, enquanto que a probabilidade de formação de éxcitons de tripleto é de 75%. E, para a maioria dos materiais poliméricos e de pequenas moléculas, o decaimento do estado excitado tripleto é não radiativo, o que limita o dispositivo OLED a uma eficiência máxima de 25%.

Por isso, atualmente existe intensa pesquisa na síntese e produção de semicondutores orgânicos que apresentem mecanismos de emissão (radiativa) que permitam o aproveitamento da energia proveniente dos ET. Dentre os diversos trabalhos encontrados na literatura, destaca-se a pesquisa no desenvolvimento dos chamados complexos orgânicos de íons terras-raras. Estes complexos possuem em sua estrutura química moléculas capazes de absorver a energia proveniente do éxciton formado na CE e transferi-la para um íon terra-rara complexado.


Concluindo


Podemos concluir que tanto os LEDs de Semicondutores Orgânicos quanto os de Semicondutores Inorgânicos funcionam de forma igual, através da recombinação de elétrons-lacunas na zona de depleção.

Num Semicondutor, os elétrons só podem assumir níveis de energia discretos, sendo as Bandas de Valência (BV) e de Condução (BC) as de maiores níveis energéticos para os elétrons ocuparem.

A região compreendida entre o topo da Banda de Valência e a parte inferior da Banda de Condução é a chamada de Gap ou "banda proibida". A recombinação entre elétrons e lacunas, que ocorre depois de vencer a barreira de potencial, pode acontecer direto na BV ou na banda proibida. A possibilidade dessa recombinação ocorrer na banda proibida se deve à criação de estados de energia nessa área pela introdução das impurezas que formam o material do tipo N e do tipo P.


CURIOSIDADE: LEDs podem ser feitos tanto de Semicondutores dopados de forma Extrínseca quanto de forma Intrínseca.


CURIOSIDADE: Apesar da maioria dos LEDs serem super econômicos e não gerarem uma quantidade enorme de calor, existem LEDs de alta potência, que geram muito calor e que necessitam de dissipadores e até mesmo ventoinhas para não queimarem. Quando se tratam de OLEDs, encontramos geralmente apenas em displays de TVs, smartphones e monitores, consumindo uma quantidade de energia extremamente baixa.

Devemos observar que, diferente de uma lâmpada incandescente, a luz emitida pelo LED é sintonizada, isto é, o semicondutor emite radiação eletromagnética apenas em uma determinada frequência, o que possibilitou a criação de LEDs de várias cores, cada um utilizando um chip semicondutor com materiais diferentes. Fizemos o gráfico comparando o espectro de emissão de cada LED e a faixa de frequências de atuação da lâmpada incandescente:

Gráfico de frequência de LEDs e da lâmpada incandescente

Gráfico 1 - Comparação dos LEDs com a lâmpada incandescente


O LED se comporta da mesma forma que um diodo, já a lâmpada incandescente se comporta como um resistor, mas com carga resistiva não linear. Veja o gráfico abaixo com a curva característica do LED, da lâmpada e do resistor:

Gráfico da curva característica do LED, do resistor e da lâmpada incandescente

Gráfico 2 - Curva característica do LED, da lâmpada incandescente e do resistor


Para saber mais sobre a lâmpada incandescente, CLIQUE AQUI!

Para comparar o espectro de emissão do LED com o espectro de emissão de luz da lâmpada fluorescente, CLIQUE AQUI!


Outra peculiaridade do LED é que os materiais empregados em sua construção requerem uma tensão de ruptura bem maior do que os 0,2 Volts do Germânio e os 0,7 Volts do Silício. Para um LED vermelho, a tensão necessária para emitir radiação fica em torno dos 1,6 V. Abaixo você vê um gráfico geral com o ponto em que a cor é produzida:

Curva característica para cada cor de LED.

Gráfico 3 - Tensão de ruptura do LED para várias cores do espectro visível


Acima, mostramos valores de tensão média para LEDs. Perceba que colocamos os valores de tensão mínimos para o Germânio (a linha cinza) e para o Silício (linha marrom). LEDs de cor violeta possuem tensão de ruptura na faixa dos 4,5 Volts.

Já que o assunto é a tensão de ruptura, como calcular o resistor certo para ligar um LED? Para descobrir isso, leia o artigo "Introdução à Eletrodinâmica - Parte 2".

Não podemos esquecer de mostrar os tipos de LEDs existentes no mercado!

Imagem 7 - Tipos de LEDs


LEDs difusos e translúcidos: A luz é distribuída em todo o encapsulamento plástico translúcido do LED. Apesar da luz ficar difusa e dispersa, em alguns pontos do encapsulamento ela pode ficar mais forte ou mais fraca. Veja uma imagem dos LEDs difusos abaixo:

Imagem 8 - LEDs difusos e opacos


LEDs de alto brilho: Estes possuem encapsulamento de plástico transparente e sem translucidez, independente da cor. A luz é focada apenas para uma direção e um determinado ângulo, fazendo com que o brilho fique mais forte. Veja uma imagem destes LEDs abaixo:

Imagem 9 - LEDs de alto brilho


Fitas de LEDs / LEDs SMD: São componentes em versões minúsculas, mas com o mesmo desempenho ou até mesmo um desempenho maior que os LEDs comuns. Existem vários formatos de encapsulamento SMD e alguns deles podem ser vistos abaixo:

Imagem 10 - LEDs do tipo SMD


LEDs bi-colores e tricolores (RGB): Estes, como foi detalhado anteriormente, podem possuir o ânodo ou o cátodo em comum. Os bi-colores podem ter, normalmente, um chip Verde e um Vermelho para gerar luz, já os RGB utilizam as cores Verde, Vermelho e Azul. As cores podem ser combinadas para gerarem outras cores. Eles podem ser do tipo opaco ou de alto brilho.


Matriz de LEDs: São quadros feitos de LEDs organizados em linhas e colunas, feitos para trabalharem de forma individual, formando letras, números ou até mesmo imagens, ou de forma conjunta. Os LEDs podem ser RGB também. Veja a imagem abaixo:

Imagem 11 - Matriz de LEDs


Displays de 7 segmentos: São displays com sete linhas dispostas de um jeito a formar letras e números. São usados em dispositivos mais comuns, onde a exibição de imagens não é necessária e a exibição de símbolos é simplificada.

Imagem 12 - Display LED de 7 segmentos


Existem também displays de LEDs com 16 segmentos, feitos para formarem números e letras maiúsculas e minúsculas.

Imagem 13 - Display LED de 16 segmentos


Note que a formação de símbolos de tais displays é feita com cristal líquido controlando a passagem de luz por cada segmento.


LEDs de alta potência (HPLEDs - High Power LEDs): Estes possuem uma potência (medida em Watts) muito maior do que os LEDs comuns de forma a gerar mais luz. O consumo é maior e em vários casos é indicada a colocação de dissipadores para evitar superaquecimento. Estes LEDs são agrupados em lâmpadas indicadas para iluminação de ambientes e lanternas de veículos. Já podemos ver nas ruas diversos modelos de carros, ônibus e caminhões que utilizam este sistema de iluminação.

Imagem 14 - LEDs de alta potência


CURIOSIDADE: É comum a existência de LEDs de alta potência que possuem além do dissipador de calor uma ventoinha pra criar uma circulação de ar forçada pelo componente. Estes LEDs são bastante utilizados em automóveis.


Outra aplicação para os LEDs de alta potência é em projetores e pico-projetores DLP e 3LCD. As esquentadinhas e consumistas lâmpadas fluorescentes estão em desuso em prol do LASER ou do LED. Como a projeção de imagem requer bastante luz, chips controladores, como é o caso do DLPA3000 da Texas Instruments, podem fornecer valores altos de corrente, como vemos no diagrama abaixo:

Diagrama 5 - O chip DLPA3000 pode fornecer até 6 Ampéres por LED


O sistema pode oferecer 6 Ampéres para cada LED. O polo positivo dos três LEDs são ligados juntos e o chavemanto de corrente entre eles é feito pelo polo negativo.


Para saber mais sobre projetores DLP, CLIQUE AQUI!

Para saber mais sobre projetores 3LCD e LCoS, CLIQUE AQUI!

Para saber mais sobre projetores com fonte de luz LASER ou LED, CLIQUE AQUI!


LEDs orgânicos: utilizados em SmartTVs atuais e também em smartphones, tablets, monitores de vídeo e notebooks. Você pode ver o artigo sobre telas OLED CLICANDO AQUI!

Imagem 15 - Tela OLED de um monitor da LG Electronics


LEDs Quânticos: São LEDs que utilizam os famosos "cristais semicondutores" para a geração de luz. A principal vantagem desta tecnologia é gerar mais luz consumindo menos energia, ou seja, aumentar a eficiência dos aparelhos. Os cristais quânticos estão sendo utilizados nas TVs QLED, produzidas principalmente pela Samsung Electronics. Para saber mais sobre as telas de pontos quânticos, CLIQUE AQUI!


Quanto ao tamanho, os LEDs mais comuns são os de 3 mm, 5 mm, 8 mm e 10 mm, mas há vários outros tamanhos disponíveis no mercado. A durabilidade varia entre 25 mil e 100 mil horas, mas é claro, depende muito das condições do local onde este LED é exposto, e claro, da qualidade de construção do componente.

Caso você saiba mais alguma coisa sobre o LED não deixe de entrar em contato conosco e compartilhar seu conhecimento!

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FONTES e CRÉDITOS

Imagens, texto e gráficos: Leonardo Ritter

Fontes: Ledvance; Philips; Canal ElectroLab; Instituto Newton C. Braga.


Ultima atualização: 27 de Março de 2023.

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